— Oh, meu Deus. Quem é ele?
Sempre me perguntam isso.
— Ah, ele? — respondo. — É o Ian.
“É o Ian” é o maior eufemismo do século. Assim como a Mona Lisa. Como o Taj Mahal. Assim é o Ian, com um abdome tanquinho e sorriso de covinhas; nada demais. Ian… meu melhor amigo.
Somos tão próximos, enraizados numa zona de amizade, que todos no trabalho presumem que somos um casal – até que um dia, a notícia de que ele é solteiro se espalha pela sala dos professores. Nada mais justo. De repente, está aberta a temporada de caça ao Ian.
Ele deveria estar aproveitando toda a atenção recém-descoberta, mas para a nossa surpresa, a única atenção que ele parece querer é a minha. E está transformando nossas conversas inocentes em pornográficas. E nossas brincadeiras lúdicas têm trocadilhos novos e perigosos.
Eu quero acreditar que ele esteja brincando comigo, me provocando como sempre fez – mas quando Ian me coloca sentada em cima da mesa na minha sala de aula, e desliza as mãos por baixo da minha saia, ele deixa bem claro o que quer.
Estou com um pouco de medo das coisas saírem do controle e perder o meu melhor amigo porque não consigo parar de tocá-lo. É melhor recuar e não retribuir ao seu beijo avassalador… ah, a quem estou enganando?!
Adeus Ian, velho amigo e companheiro!
Olá, senhor, um pouco atrevido.
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