Mel sentia que estava sem forças, em frangalhos. E isso não se comparava à solidão da sua cama vazia. Os amigos tinham implorado a ela que ignorasse o impulso de fugir para uma cidade desconhecida, mas nem os grupos de apoio nem a terapia a dissuadiram da ideia. Frequentara mais a igreja nos últimos nove meses do que nos dez anos anteriores, mas nada ajudara.
O único alento era sua fantasia de fugir para algum vilarejo no interior, onde os moradores não precisavam trancar as portas e a única coisa a temer era a possibilidade de um cervo comer as plantas do jardim. Um lugar que parecesse um cantinho do paraíso. Agora, olhando as fotos à luz pálida do interior do carro, Mel se deu conta do quanto fora ridícula. Recostou-se no banco e fechou os olhos. Um rosto muito familiar surgiu em sua mente: Mark.
Às vezes, a vontade de vê-lo mais uma vez, de falar com ele só por um momento, era esmagadora. Não se tratava apenas da dor, mas da simples falta que ele fazia; sentia saudade de ter um companheiro em quem se apoiar, de esperar sua chegada e de acordar ao seu lado. — O que existe entre nós é para sempre. O 'para sempre' tinha durado quatro anos.
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