Forçar Salvatore Moretti a se casar comigo sob a mira de uma arma não é a coisa mais louca que já fiz...
Detesto ficar desesperado, ficar com medo. É uma sensação imunda e desamparada. Prefiro ficar furioso, violento... descontrolado.
Salvatore me observa dançar e me chama de Angioletto, seu anjinho. Ele não conhece os demônios que me assombram. Está cego demais pela minha beleza para ver o sangue nas minhas mãos. Aliás, ele é um chefe da máfia, então talvez o sangue não o incomodasse de qualquer maneira.
Meu passado é como fogo lambendo meus calcanhares, pronto para me consumir. Mas Sal não vai deixar isso acontecer. Ele vai me proteger. Ele tem que fazer isso.
Aprendi há muito tempo a não confiar em ninguém além de mim mesmo. É perigoso como ele consegue desmantelar todas as minhas defesas e me transformar de um Dom reservado no pirralho submisso que nunca me senti seguro o suficiente para ser. É assustador como estou começando a desejá-lo.
Eu não tinha certeza se viveria o suficiente para me preocupar com esse casamento começando a parecer real, mas esse mafioso bem-vestido pode acabar salvando minha vida, afinal. Podemos discutir sobre o divórcio assim que a ameaça for neutralizada, suponho. E, enquanto isso, ele é meu marido. Posso muito bem aproveitar as vantagens...
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